Peredo da Bemposta, freguesia do concelho de Mogadouro,
distrito de Bragança, abrange uma área
de cerca de 18,6 quilómetros quadrados. Esta
freguesia, está situada a Nascente da Vila de
Mogadouro, no Nordeste transmontano, a cerca de 20 quilómetros
da sede do concelho. É limitada a Nascente pela
Espanha, tendo como fronteira natural o rio Douro. A
Norte confina com Bemposta e Tó; a Poente com
Vila de Ala; e a Sul com Ventoselo.
A origem do seu povoamento remonta a épocas
muito antigas, como o comprovam os vários vestígios
arqueológicos aqui encontrados. Há alguns
anos foram encontrados dois povoados pré-históricos
do período do Neolítico (2800 a. C.).
Os povoados do Cunho, do Barrocal Alto e Pala da Moura
são povoados não fortificados. Nos dois
primeiros povoados acima referidos encontraram-se machados
polidos.

Relativamente à Pala dos Mouros, contam-se
muitas lendas sobre ela.
Patrimonialmente, destaca-se a Igreja Românica
de Algosinho, a Igreja Matriz de Peredo, o cemitério
e a necrópole escavada na rocha, em Algosinho.
Situada na parte norte da povoação,
num local relativamente elevado, a Igreja Paroquial
foi reconstruída em finais do século XVIII.
Este templo, de uma só nave, tem capela-mor.
No seu interior podemos observar dois retábulos
de talha na nave. A torre da frontaria é a tradicional
nas igrejas de Mogadouro, constituída por dois
pisos. No centro vemos uma cruz nitidamente barroca.
O orago da freguesia de Peredo da Bemposta é
São João Baptista. Este filho de Zacarias
e de Santa Isabel, ambos de estirpe sacerdotal, foi
concedido aos cônjuges em idade avançada.
Chamava-se “Baptista” pelo facto de ser
um “baptizado”. Parente de Jesus, foi o
precursor do Messias. A Igreja celebra-o desde os primeiros
séculos do cristianismo. É o único
santo cujo nascimento e martírio são evocados
em duas solenidades pelo povo cristão. O seu
nascimento (24 de Junho) é celebrado pelo povo
com grande júbilo.
Em Peredo da Bemposta temos ainda a Festa de Santa
Bárbara. Bárbara era filha de um pagão
rico, de nome Dióscoro. Como era muito bela,
o seu pai encerrou-a numa torre antes de partir, com
receio dos actos dos seus pretendentes. Entretanto,
Bárbara recebe o Baptismo. No regresso, Dióscoro
mostra-se furioso por a filha ter desprezado os deuses
pagãos. Ao querer matá-la, ela foge através
de uma pedra que se abre na torre, para a deixar passar.
Quando Dióscoro encontra finalmente a filha,
leva-a perante o juiz. O pai acaba por decapitar a filha.
Por sua vez, Dióscoro é fulminado por
um raio.
Outra festa popular e querida das gentes desta freguesia
é a Festa de Santo António. Este Santo
nasceu em Lisboa, no ano de 1195, numa casa junto das
portas antigas da cidade (Porta do Mar).

Entrou aos quinze anos no colégio dos cónegos
regulares de Santo Agostinho. Em 1214 foi para o austero
Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, onde realizou os
seus estudos superiores em Direito Canónico,
Ciências, Filosofia e Teologia. Em 1220 envergou
o burel de Frade Franciscano e recolheu-se como eremita
nos Olivais. Nesta altura deslocou-se a Marrocos. Depois
de um período de doença, os seus superiores
decidiram repatriá-lo. Quando regressava de barco
para Portugal, desencadeou-se uma tempestade que o levou
para a Itália. Aí revelou-se como um grande
teólogo e pregador. Faleceu a 13 de Junho de
1231. Um ano depois foi canonizado pelo Papa Gregório
IX.
No século XIII, Santo António já
era patrono de cerca de quarenta igrejas em Portugal.
O povo tomou para si este Santo, que se tornou, no século
XVI, o Santo Nacional dos Portugueses. Nos altares das
Igrejas aparece com diversos atributos: protector da
cidade, das casas e das famílias, advogado dos
bons casamentos, fazedor de milagres, protector dos
animais, protector dos náufragos, etc.
Além da Festa de Santo António, decorre
na povoação de Algosinho a Festa de Santo
André. André era irmão de Simão
Pedro, ambos pescadores em Cafarnaum, para onde tinham
migrado da cidade natal de Betsaida. Dos doze apóstolos,
o primeiro a receber o título de pescador de
homem foi André e logo de seguida João.
André foi também o primeiro a recrutar
novos discípulos para o Mestre. A respeito do
seu martírio não há informações
certas. A morte na Cruz é referida por uma Paixão
apócrifa.
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